Prostituição no Canadá e a indústria do sexo

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Montreal é a capital do sexo do Canadá, ou melhor, de toda a América do Norte. Ela conta com 1.077 estabelecimentos ligados à indústria do sexo na Grande Montreal; são 1.510 em toda a província. O período mais lucrativo em Montreal para a indústria do sexo costuma ser o final de semana do Grand Prix de Fórmula 1. Vamos explorar um pouco a prostituição no Canadá e a indústria do sexo.

INDÚSTRIA DO SEXO

As atividades relacionadas à indústria do sexo incluem casas de massagem, bares de dança, agências independentes de acompanhantes, peep shows, cinemas eróticos, restaurantes com garçonetes semi-nuas e clubes de striptease, casas de swingers, festas sensuais e eventos sensuais, prostituição de rua, pornografia, bate-papo erótico com webcam e revistas eróticas, além de vários outros tipos de empresas, como agências de namoro, noivas on-line, lojas eróticas e aulas de pole dance e felação.

Montreal conta com 1.077 estabelecimentos ligados à indústria do sexo.

A alta visibilidade desses negócios em certos bairros de Montreal dá a impressão de eles estão em constante crescimento. Além disso, toda uma seção dessa indústria permanece invisível ao público e se beneficia da web e das mídias sociais para aumentar sua presença.

Os serviços de acompanhantes estão por toda parte no Quebec. Agências são fáceis de identificar, com anúncios em jornais locais. Esse setor “é mais difícil de se infiltrar e documentar” e é frequentemente associado ao tráfico de drogas.

Os salões de massagem com serviços sexuais estão atualmente em crescimento, cada vez mais numerosos, especialmente nas grandes cidades. A grande maioria são jovens quebequenses, mas em alguns bairros de Montreal e Gatineau, há mais asiáticas trabalhando nestes estabelecimentos.

Segundos os especialistas, a prostituição de rua está em declínio em todos os lugares e é menos frequente. O mesmo acontece com bares de dança sensual. Já os filmes pornôs continuam com frequência a serem gravados na região.

A prostituição nunca foi um crime neste país. Fazer sexo entre adultos em troca de remuneração não é e nunca foi ilegal no Canadá. No entanto, as atividades que a envolvem, como a comunicação sobre a troca, são ilegais.

Devemos nos referir à jurisprudência que define a prostituição como sendo 1) uma oferta de serviços sexuais 2) dirigida a um número indeterminado de pessoas 3) em troca de alguma forma de remuneração (dinheiro, bem, quaisquer vantagens).

De acordo com a seção 213 do Código Penal, comunicar ou tentar se comunicar em um lugar público ou em público com outra pessoa com a finalidade de obter serviços sexuais em troca de remuneração é ilegal e pode ser punido com uma multa máxima de $2.000 e/ou pena de prisão de até 6 meses.

Nos termos da seção 210 do Código Penal, também é punível manter uma casa obscena, o que pode levar a uma sentença máxima de 2 anos de prisão. Da mesma forma, viver em uma casa de prostituição, ou estar lá sem desculpa legal ou ser o proprietário, locador locatário, agente ou de qualquer outra forma, alugar ou usar instalações sabendo que é para prostituição, é punível com multa máxima de $2.000 e/ou prisão de até 6 meses.

Nos termos do artigo 212 do Código Penal, é punível com uma pena máxima de dez anos quem tira proveito da prostituição de outra pessoa ou quem convida outra pessoa para prostituição com intenção de subjugá-la para permitir que alguém tenha relações sexuais ilícitas com ela. A pena máxima pode ser de dois a quatorze anos de reclusão.

Por fim, o fato de transportar uma pessoa a um bordel é punível com uma máxima de $2.000 de multa e/ou pena de prisão de 6 meses, nos termos do artigo 211 do Código Penal.

NÃO É UMA PRIORIDADE PARA A POLÍCIA

A polícia intervém quando acredita que há menores estão envolvidos em uma rede de prostituição. Mas, no geral, a força policial permanece bastante indiferente ao fenômeno quando não envolve violência ou narcóticos. Vários serviços policiais indicar que a prostituição não é uma prioridade. A polícia intervém quando os cidadãos se queixam.

A prostituição de rua e os bares que se tornaram incômodos públicos são, portanto, mais controlados. Investigações de prostituição são consideradas “longas, caras, muito exigentes em termos de evidências e não lucrativas em termos de condenações obtidas”.

PESSOAS ENVOLVIDAS

A maioria dos estudos de prostituição se concentra nas mulheres que trabalham nas ruas, sem mencionar os homens que se prostituem. No caso quem compra sexo, cafetões ou a indústria do sexo afora. No entanto, de acordo com pesquisas de campo, as mulheres representam apenas uma porcentagem muito pequena das pessoas envolvidas na prostituição.

As avaliações, baseadas na proporção de garotos de programa e prostitutas e no número médio de clientes atendidos por semana, indicam que menos de 5% das pessoas envolvidas na prostituição são mulheres.

Segundo as estatísticas da polícia e dos tribunais, amostras de serviços clínicos e sociais, as prostitutas de rua são geralmente jovens, solteiras, mulheres, toxicodependentes, com pouco estudo, que foram abusadas ​​e estão à mercê de cafetões. A maioria tem entre 22 e 25 anos e começaram a se prostituir entre os 16 e 20 anos. São solteiras, embora boa parte tenha filhos para sustentar.

POR ESCOLHA PRÓPRIA

Um grande número de mulheres trabalha por conta própria. 62% das prostitutas em Vancouver, 50% em Toronto e 69% em Montreal dizem que esse é o caso. A presença e influência dos cafetões é maior nas Províncias Marítimas e nas Prairies.

PERIGOS

É geralmente aceito que a prostituição é uma ocupação perigosa. Aqueles que se vendem podem ser fisicamente e sexualmente agredidos, ser roubados e contrair doenças sexualmente transmissíveis. A origem desses riscos não é unânime. Alguns argumentam que são os riscos do negócio, outros que o perigo está na ilegalidade deste comércio.

MENORES

Há pouca pesquisa sobre prostituição entre adolescentes e crianças, mas a escala desse fenômeno está se tornando uma preocupação cada vez maior para a população. De acordo com estimativas não oficiais, muitas prostitutas que trabalham na rua e em outros locais públicos são menores. As estatísticas da polícia indicam o contrário: menos de 5% dos acusados ​​de prostituição são jovens, e destes, mais de 80% são mulheres. A falta de informação sobre os clientes, cafetões e a própria indústria do sexo evidencia a necessidade abordar melhor a questão.

PROJETO DE LEI C-36

Em junho de 2014, o Governo introduziu o projeto de lei C-36 no Parlamento. Intitulada Lei de Proteção de Comunidades e Pessoas Exploradas, esta lei foi aprovada e entrou em vigor em novembro do mesmo ano.

Embora o sexo por dinheiro ou outras necessidades permaneçam legais aos olhos da nova legislação, a lei torna ilegal várias atividades ligadas ao sexo, como a compra de serviços sexuais. Além disso, pela primeira vez, a promoção de serviços sexuais ou publicidade de tais serviços também são criminalizadas.

A lei também dá total liberdade para quem vende seus próprios serviços sexuais, promove ou tira, de forma independente ou como parte de uma cooperativa. Casas de prostituição que abrigam trabalhadoras do sexo passam a ser beneficiadas de quaisquer acusações.

EXPORTAÇÃO

O Quebec tem sido um grande fornecedor de prostitutas para o mercado de prostituição de Ontário, muitas delas menores de idade, exportadas e tratadas como mercadorias. Francófonas, estão em alta em Ontário.

Uma olhada rápida nos sites de anúncios de acompanhantes de Ontário é o suficiente para confirmar que as mulheres do Quebec são onipresentes. Em um único dia em um único site em Toronto, foram publicados 47 anúncios oferecendo os serviços de “meninas francófonas”, enquanto sete anúncios evocavam uma “garota de Montreal”. Um dia como qualquer outro no mercado local.

“Nós vemos que há muito apelo para mulheres jovens do Quebec, ou pelo menos da cultura francófona. É mais exótico para os clientes. Há uma forte demanda”, confirma o comandante Michel Bourque, do SPVM.

Especialistas citam vários fatores econômicos para explicar o êxodo de prostitutas no Quebec. Mas há também o fato de que a distância facilita o trabalho dos cafetões.

“É mais fácil manter o controle se a pessoa é desenraizada. Você tira suas carteiras de identidade e dá a elas um mínimo de dinheiro”, diz o major Michel Bourque.

As garotas trazem tanto dinheiro para os proxenetas que querem ter certeza de não as deixarem ir. Investigações feitas pelo Serviço de Polícia da Cidade de Montreal nos últimos anos revelaram viagens pelo Canadá pontuadas por violenta violência, agressão sexual e abuso financeiro contínuo, envolvendo vítimas que não tinham para onde fugir.

“O objetivo é isolá-las o máximo possível da família, dos pais, para que eles possam ter controle total sobre elas”, diz Martin Pelletier, palestrante do Montreal Youth Centre.

BACKPAGE

A maioria dos casos de prostituição no Canadá agora envolve um site de classificados dos EUA chamado Backpage.

O que é o Backpage?

Backpage é um site de classificados com presença em 97 países, que obtém quase 100% de sua receita com propagandas de sexo. De acordo com uma pesquisa do Senado dos EUA ele está avaliado em US $600 milhões. O site é simples. Organizado por cidade, a categoria “acompanhantes” tem dezenas ou mesmo centenas de anúncios publicados todos os dias. Uma empresa especializada calculou que o site responde por 60% da publicidade “para adultos” no Canadá. A polícia de Toronto afirma que 95% das vítimas que eram usadas como escravas e que foram resgatadas já foram oferecidas no site. Em Londres, a polícia fala em 100%.

“Trinta anos atrás, 20% da prostituição era visível nas ruas. Agora é menos de 5%. Tudo está na internet. É mais escondido “, diz Jennifer Richardson, diretora do Escritório Provincial Anti-Tráfico Humano de Ontário. Prostitutas e clientes adoram a relativa discrição, escopo e segurança da web. Mas muitos sites recusam publicidade explícita para serviços sexuais. Em 2010, um dos sites de anúncios mais populares, o Craigslist, havia fechado sua seção de serviços “adultos”, deixando um grande vazio que Backpage rapidamente preencheu.

Como o site funciona?

Prostitutas e cafetões precisam pagar para publicar seus anúncios. Eles podem adicionar vídeos e fotos, bem como “extras” e um número de telefone para marcar um encontro. Em várias cidades, como Montreal e Toronto, o volume de anúncios é tão importante que muitos anunciantes republicam seus anúncios várias vezes durante o dia para estar no topo da lista.

As empresas de cartão de crédito tem boicotado o Backpage, forçando os anunciantes a usar bitcoins. Como alternativa, o site tem sugerido a seus clientes a utilização de moedas virtuais como o Bitcoin.

Alguns policiais estão preocupados que o fechamento do site só iria deslocar o problema, possivelmente para um local que seja mais difícil de monitorar.

PERFIL DAS TRABALHADORAS DO SEXO

Não importe a origem, todas têm uma coisa em comum: sua vulnerabilidade.

Segundo René-André Brisebois, criminologista e palestrante do Montreal Youth Centre – University Institute, as meninas em risco vêm de qualquer origem socioeconômica. Basta ser bonita, jovem e vulnerável. Algumas fogem dos abusos que sofrem em casa. Outras buscam atenção que os pais ocupados não podem dar e para não se sentirem sós se envolvem em más companhias.

As adolescentes são recrutadas a partir dos 15 anos, quando têm o corpo de uma mulher, diz René-André Brisebois.

Os perfis mais típicos são:

  • A garota ingênua ou impressionável, que tem uma grande necessidade de amor
  • A aventureira, que é atraída pelo perigo e que se juntará voluntariamente à gangue de rua
  • A garota fugindo, confusa e perdida, que chega em uma cidade desconhecida

As gangues recrutam em uma variedade de contextos e não somente meninas que fugiram de casa. Porém, 30% das meninas que fogem de casa são sexualmente exploradas ou expostas à prostituição.

COMO FUNCIONA O RECRUTAMENTO?

Os cafetões geralmente fazem parte de gangues de rua ou gangues criminosas. Eles não usam violência para recrutar meninas. Eles são muito manipuladores.

O “lobo mau” pode ser um menino ou uma menina. O garoto faz de tudo para que sua presa se apaixone por ele. Ele oferece presentes e faz elogios.

Quando a recrutadora é uma mulher ela faz amizade com a menina, oferece-lhe para fazer um monte de dinheiro, ter uma vida agradável e fazer todos os tipos de atividades extraordinárias.

Um dos lugares preferidos pelos proxenetas para recrutar meninas são centros de juventude. As adolescentes que vivem lá são vulneráveis; eles se tornam presas fáceis. Mas os recrutadores também vagam por lugares públicos, escolas, parques, metrôs, shoppings, parques de diversão. Praticamente em qualquer lugar. As redes sociais também são usadas pelos cafetões.

Embora a prostituição juvenil esteja crescendo no Quebec, a polícia está cada vez menos vigilante em relação à exploração sexual.

EDUCAÇÃO SEXUAL

A prostituição juvenil está crescendo. “Em todo lugar, novas práticas sexuais associadas à exploração estão surgindo entre os jovens; pequenas redes de prostituição juvenil dirigidas por menores, festas em casas particulares onde, por uma taxa fixa, álcool, drogas e menores estão disponíveis à vontade, competições sexuais de todos os tipos, etc. ”

Recomenda-se que “a reintegração na escola de um programa de educação sexual, em todos os níveis primário e secundário, adaptado à realidade atual dos jovens, enfatizando a sexualidade saudável e igualitária” afirmam os especialistas. O governo québécois escutou os conselhos e todas as escolas do Quebec terão aulas de educação sexual a partir de setembro deste ano.

PAPEL DA FAMILIA NA PROTEÇÃO DO ADOLESCENTE

Segundo René-André Brisebois, devemos dedicar um tempo para explicar aos jovens que a violência não é aceitável em um relacionamento e que todos devem ser tratados de forma justa. Não apenas os pais, mas a sociedade em geral, devem insistir na transmissão desses valores aos jovens. A primeira coisa a fazer é falar mais sobre relacionamentos românticos e relacionamentos saudáveis ​​e igualitários.

Outro conselho do especialista é manter sempre a comunicação com o seu filho, mesmo que seja mais difícil na adolescência. “Você tem que estar interessado no que eles fazem, com quem estão, quem são seus amigos. Deve querer vê-los e conhecê-los.”

Outro ponto importante é ter conhecimento de como o seu filho usa as redes sociais. O que seu filho posta, quem tem acesso às suas contas e quão seguras elas são.

Não brinque de investigador e crie um perfil falso para ser amigo da sua filha ou do seu filho.

  • Fique de olho nos novos amigos.
  • Mudanças de hábitos como, abandonar seu time de basquete, adotar um novo estilo de vestimenta
  • Ficar mais calado ou falar cada vez menos com você.
  • Chega em casa com sapatos novos ou roupas de grife sem ter dinheiro para isso

É importante tentar descobrir mais, mas sem investigar!

Referências

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