Recursos naturais extraídos pelo Canadá

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O Canadá é um importante explorador de recursos minerais no Brasil e vem cada vez mais ampliando este interesse. Atualmente existem aproximadamente 50 empresas canadenses do setor de mineração no Brasil que, juntas, investiram mais de US$ 6 bilhões nos últimos anos na extração de ouro, cobre e potássio. 76% da produção nacional de ouro tem, de alguma forma, participação de empresas do Canadá. Vários minérios têm sido extraídos das terras brasileiras- especialmente o ouro, que teria atraído garimpeiros à área da Renca nos últimos anos. O Canadá, que tem um dos maiores setores de mineração do mundo, possui cerca de 1.500 projetos extrativistas de diversos minérios na América Latina, equivalentes a mais de 40% das empresas mineradoras da região.

No México existe um monte de projetos relacionados à exploração de recursos naturais que ocupam ao menos 18% do território do país. Enquanto isso, 75% das empresas que se ocupam destes projetos ficam no Canadá. Apenas no período entre 2001 e 2017, as empresas transnacionais no México exploraram um volume de ouro que é duas vezes maior do que os espanhóis tinham tirado do México ao longo de 300 anos de colonização e metade da prata explorada pelos colonizadores. Junto com o NAFTA, entrou em vigor uma lei que concedeu às empresas de exploração mineira a liberdade total e preferências em relação a qualquer outra produção. O mecanismo instalado no México com o fim de controlar as empresas de extração mineira consiste no seguinte: se baseando em sua própria declaração sobre o volume do minério extraído se calcula quanto dinheiro devem pagar. Mas de fato ninguém controla a veracidade destas declarações.

Desde 2014, essa produção foi taxada com 7,5% de imposto sobre o material extraído. Ademais, as empresas podem descontar dele as suas despesas operacionais, por isso o valor final não é muito alto.

Diretores e representantes de mineradoras canadenses no Brasil como Belo Sun, Eldorado Gold, Amarillo Gold, Largo Resources e Yamana Gold participaram, em Belo Horizonte (MG), do lançamento da Comissão de Mineração da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC). Durante o evento, Riccardo Savone, embaixador do Canadá, disse que empresas do setor mineral canadense têm um investimento potencial de US$ 2 bilhões no país nos próximos dois anos.

A maior parte dos investimentos dos canadenses no Brasil são em projetos de ouro na região Norte do país, como Volta Grande da Belo Sun, e projetos da Eldorado Gold e Anfield Gold, além de outros como cobre e ouro da Yamana Gold e Amarillo Gold na região Centro-Oeste. As empresas empregam pessoas locais, mas o Brasil não leva muita vantagem pois os impostos são baixos para estas empresas e elas têm controle da venda dos produtos extraídos em território nacional, ficando com o lucro das vendas e muitas vezes vendendo o produto extraído para os próprios brasileiros por um preço considerável.

No ano passado um grande escândalo, Mineradoras canadenses souberam da extinção de reservas na Amazônia 5 meses antes do anúncio oficial. A verdade é que os canadenses já estavam muito ativos no território brasileiro. Temer revogou temporariamente a venda de territórios de reservas da Amazônia para exploração mineral, mas em junho deste ano Temer novamente lançou uma nova regra do Código de Mineração permitindo a autorização de pesquisas e concessões de lavras de outras substâncias minerais dentro de reservas nacionais, com exceção do cobre e minérios associados. Com isso, a atividade está liberada na área para extração de outras substâncias, o que poderia causar danos ambientais dentro do território da Renca, uma reserva do tamanho do estado do Espírito Santo, que fica no Sul e Sudeste do Amapá e Noroeste do Pará. O Ministério público pediu anulação do decreto, mas ainda não conhecemos o desfecho desta história.

Lucrando com a crise no Brasil

A canadense Brookfield investiu R$ 650 milhões na Renova Energia. Esse é mais um dos negócios fechados pela empresa, que nos últimos anos aproveitou a crise econômica e veio às compras no Brasil. De 2013 para cá, ela investiu quase R$ 27 bilhões em projetos no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e da própria empresa. Os valores não consideram os aportes feitos por empresas nas quais a Brookfield tem participação, como a Arteris, dona de concessões das rodovias Fernão Dias e Regis Bittencourt. Eles também não consideram o negócio fechado com a Renova.

A Brookfield é uma gigante global em gestão de ativos, com US$ 265 bilhões aplicados em negócios e investimentos em mais de 30 países. A companhia é considerada low profile e pouco conhecida dos brasileiros – apesar de ter começado seu negócio no país como fundadora da Light e ter sido uma das responsáveis pela iluminação do Cristo Redentor (leia mais abaixo). Seus executivos são avessos a entrevistas e sua estratégia de negócios é revelada em raras declarações à imprensa.

A empresa é especialista em aproveitar crises para investir onde poucos têm coragem (ou dinheiro). E foi protagonista nas aquisições no Brasil nos últimos anos. Entre os negócios em que investiu estão ativos de energia e infraestrutura de empresas atingidas em cheio pela recessão e pela operação Lava Jato, como Odebrecht e Petrobras. Como não há companhias brasileiras com dinheiro suficiente a Brookfield fez várias aquisições sem concorrência. Ou seja, quando o Brasil deixa de controlar os seus recursos naturais, vendendo o direito de extração, não são empresários brasileiros que lucram e sim companhias estrangeiras. O Brasil está sendo literalmente vendido e não favorecendo o empreendedorismo brasileiro.

No total, a Brookfield tem aproximadamente R$ 60 bilhões aplicados no Brasil e um time local de 16 mil funcionários, incluindo profissionais de investimento e de operações. Eles possuem 70% de participação na Odebrecht Ambiental (agora chamada BRK Ambiental) e 90% da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) da Petrobras, por R$ 16 bilhões (parte do investimento foi vendido posteriormente para a Itaúsa por cerca de R$ 1,4 bilhão) entre outros. Ela ainda é cotada como possível compradora para alguns negócios que estão na mesa: a venda pela Petrobras de uma participação na Braskem (que é controlada pela Odebrecht), a venda da companhia de energia Âmbar pela JBS, e a venda de concessões rodoviárias detidas pela Odebrecht Transport.

Com dinheiro na mão e analistas em todo canto do mundo, a Brookfield costuma aproveitar as crises – quando muitas empresas se desesperam para fazer caixa e há poucos recursos disponíveis no mercado – para comprar ativos baratos e sem competição. Os aportes no Brasil, intensificados nos últimos 2 anos, são o maior exemplo desse modelo de investida.

Enriquecimento no Brasil

Foi no Brasil que toda a Brookfield nasceu, há mais de cem anos. Ela foi fundada em 1889 por dois investidores canadenses para lançar os primeiros bondes elétricos de São Paulo e do Rio de Janeiro, com o nome de Light (sim, a mesma Light atual). Em 1912, a empresa foi listada na bolsa de Toronto. Foi a primeira fornecedora de serviços de transporte e eletricidade do país. No Brasil cresceu operando também no setor imobiliário. Com o passar dos anos, a empresa expandiu sua presença mundial, comprando e reestruturando empresas do ramo na Austrália, Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo. O grupo capta dinheiro em bolsa por meio dessas companhias e também de fundos privados e negociação de títulos públicos. E investe nos negócios, com a expectativa de valorizá-los. Sob sua administração estão diversos imóveis comerciais; serviços públicos de transporte; geração transmissão e distribuição de energia (com mais de 260 hidrelétricas e parques de energia eólica); além de investimentos em empresas de variados segmentos por meio da divisão de private equity.

O grupo todo tem mais de 70 mil funcionários operacionais e administra US$ 265 bilhões em ativos no mundo. A divisão de investimento em imóveis comerciais é o principal negócio, com cerca de US$ 150 bilhões em ativos administrados. Em seguida vem os investimentos em infraestrutura, que somam cerca de US$ 40 bilhões. Nos primeiros nove meses do ano passado, as receitas de todo o grupo somaram US$ 27,7 bilhões. O lucro líquido chegou a US$ 2,4 bilhões no acumulado até setembro de 2017, ante US$ 3,2 bilhões em igual intervalo de 2016, queda de 23,8%. O resultado do ano passado havia sido inflado por créditos tributários.

Escândalos de corrupção

A empresa teve o nome envolvido em alguns escândalos de corrupção. Em um dos casos, uma ex-diretora da Brookfield Gestão de Empreendimentos (BGE), a administradora de shoppings do grupo, disse ter pagado R$ 1,6 milhão em propina a pessoas ligadas a Hussain Aref Saab, em 2012. Ele comandava o departamento que aprova o licenciamento de novos empreendimentos na prefeitura de São Paulo e teria acelerado a liberação de shoppings construídos pela companhia, ainda que eles tivessem irregularidades. A negociação envolveria o shopping Pátio Paulista e o shopping Higienópolis, na região central da capital paulista. Aref chegou a ter mais de 100 apartamentos, avaliados em mais de R$ 100 milhões.

Ouro brasileiro, lucro canadense

Eldorado Gold

Esta empresa canadense opera a mina de minério de ferro de Vila Nova e no projeto de ouro do Tocantinzinho. A mina de Vila Nova está atualmente em manutenção aguardando uma recuperação nos preços do minério de ferro. O depósito de Vila Nova está alojado dentro de uma formação de ferro com bandas ricas em hematita localizada em um greenstone belt do sul do Escudo das Guianas. A sequência sedimentar consiste em unidades metassedimentares clásticas e químicas com rochas metavulcânicas máficas na base. A região foi submetida a um metamorfismo de facécia verde e anfibolito e deformação associada. O depósito é um corpo de hematita de afundamento abrupto, de 5 a 40 metros de espessura, que se aproxima aproximadamente do norte-sul, com um fino membro dobra que se estende para o noroeste. O recurso contém hematita maciça e laminada com pequenas intercalações de xisto na parte central e sul do corpo do minério e hematita granular mais macia no norte, particularmente ao norte do rio Vila Nova, onde fica intercalada com xisto rico em ferro (itabirito). O ativo de Tocantinzinho no Brasil representa 7% das reservas provadas e prováveis ​​de ouro da Eldorado. Tocantinzinho é um projeto de ouro não refratário localizado no prolífico distrito de Tapajós, no norte do Brasil. O plano do projeto está passando por uma fase de revisão de otimização para melhorar os custos de capital e a economia do projeto. Uma decisão de construção no Tocantinzinho foi adiada até que a revisão do projeto tenha sido concluída. Uma decisão levará em conta as perspectivas de preço do ouro e o progresso de outros projetos prioritários de desenvolvimento na Companhia. A Companhia recebeu a concessão de mineração para Tocantinzinho em maio de 2018, o que permite a mineração e produção comercial no projeto. O gasto com capital de desenvolvimento em 2018 é estimado em US $ 8 milhões.

Yamana Gold

Cerca de 62% das reservas provadas e prováveis de ouro da Yamana Gold estão no Brasil, diz relatório de resultados divulgado pela companhia. No Brasil, a mineradora canadense tem as minas de Jacobina, na Bahia, e Chapada, em Goiás, e as da Brio Gold, empresa na qual a Yamana tem 84,6% de participação. As outras minas em produção da Yamana ficam no Chile, Argentina e Canadá. As reservas de ouro provadas e prováveis da mineradora no Brasil, em 2015, eram de 15,413 milhões de onças, ou 57% do total. Mas, com o aumento expressivo das reservas da Brio Gold, passaram para 16,611 milhões de onças, ou 62% do total. A Brio tem três minas em produção: Fazenda Brasileiro, na Bahia; Pilar, em Goiás; e Riacho dos Machados, em Minas Gerais. O relatório de resultados mostra que a produção de ouro foi de 1,27 milhão e que a receita chegou a US$ 1,79 bilhão. O valor médio de venda foi de US$ 1.251 por onça de ouro, contra US$ 1.157 por onça no ano anterior, enquanto que o custo médio da onça vendida foi de US$ 1.004.

Amarillo Gold

A Amarillo Gold Corp. é uma empresa canadense de metais preciosos, com sede em Toronto, Ontário. A empresa está desenvolvendo um recurso econômico de ouro em poço aberto de 1,25 milhão de toneladas, classificando 1,56 g / t em seu Projeto Mara Rosa, na jurisdição favorável à mineração do Estado de Goiás no Brasil. Em maio de 2017, Amarillo concluiu um estudo de pré-viabilidade atualizado. O VPL foi de US $ 178 milhões e a TIR foi de 34,5%. Amarillo recebeu uma licença principal (LP) para Mara Rosa, que concede a permissão social e ambiental para a mineração e está em processo de obtenção de uma licença de instalação (construção) (LI). Além do Projeto Mara Rosa, Amarillo possui um projeto avançado de exploração no Brasil chamado Lavras do Sul, composto por mais de 22 prospectos centrados em trabalhos históricos de ouro com notas excepcionais. Ambos os projetos possuem excelente infraestrutura. A empresa é liderada por uma equipe de gerenciamento experiente com histórico comprovado de execução e criação de valor, levando projetos da exploração à produção. O Projeto Mara Rosa é um greenstone belt, sistema de mineralização de ouro meso-térmico cisalhado de idade Neo-Proterozóico localizado perto da aldeia de Mara Rosa, no estado de Goiás. O projeto abrange aproximadamente 60.000 hectares de licenças de exploração e 2.600 hectares de licenças de mineração. A infraestrutura local é excelente, com acesso próximo à principal rodovia Norte-Sul do Brasil e próximo à capital nacional de Brasília (320 km) e da capital do estado, Goiânia (350 km). A principal acumulação de ouro dentro do projeto Mara Rosa é conhecida como Posse Deposit, que ocorre em duas zonas principais, Posse Norte e Posse Sul. O projeto de Lavras do Sul é centrado em 190 km2. intrusão granítica (monzonita) localizada no extremo sul do Brasil no estado do Rio Grande do Sul. A cidade de Lavras do Sul (aproximadamente 8.000 habitantes) fica mais ou menos no centro da intrusão e é acessada por 320 km de estrada selada da capital do estado de Porto Alegre. O projeto abrange cerca de 19.000 hectares de licenças de exploração e propriedades minerais privadas. O ouro em Lavras do Sul é hospedado em zonas de alteração estruturalmente controladas. Existem duas zonas conhecidas de significativa mineralização de ouro disseminada, Butiá e Cerrito. A infra-estrutura local é excelente e há boas trilhas agrícolas em toda a intrusão. A cidade tem uma história de mineração e há uma moderna mineração de carvão.

Mineração Maracá

A Mineração Maracá Indústria e Comércio S.A., uma subsidiária da Yamana Gold Inc., sediada em Toronto, iniciou suas operações em 1994 e se concentra na exploração, produção e venda de cobre e ouro. Com sede em Goiás, a empresa opera a mina de ouro e cobre Chapada, que começou a produzir em 2007. A Chapada produziu aproximadamente 119.000 onças de ouro, 274.500oz de prata e 131Mb de cobre em 2015 e 116.000oz-122.000oz de ouro, 270.000oz-278.000oz de prata e 122-125Mlb de cobre em 2016.

Kinross Paracatu

A Kinross atua nas atividades de pesquisa e desenvolvimento mineral, mineração, beneficiamento e comercialização de ouro. É uma das maiores produtoras de ouro do Brasil, responsável por 22% da produção nacional. Com operação na mina Morro do Ouro, em Paracatu, noroeste de Minas Gerais, e escritório em Belo Horizonte, a empresa integra a Kinross Gold Corporation, grupo canadense com presença na América do Sul (Brasil e Chile), América do Norte (Estados Unidos e Canadá), África (Gana e Mauritânia) e Eurásia (Rússia).

Importante empreendimento industrial de Paracatu, a Kinross responde por cerca de 22% dos postos de trabalho formais do município. São cerca de 1.800 empregos diretos e quase 3 mil terceirizados.

Em 2006, a empresa iniciou um grande projeto de expansão que elevou a capacidade de lavra de minério para 61 Mtpa e fez com que a produção anual de ouro em Paracatu praticamente triplicasse, chegando a 17 toneladas por ano. O projeto também ampliou em mais de 15 anos o tempo de vida útil da mina, agora estimado até 2030. Mineração, beneficiamento e comercialização de ouro. Esse é o negócio da Kinross. Em Paracatu, a empresa trabalha com o menor teor aurífero do mundo (0,4 gramas de ouro por tonelada de minério) e investe permanentemente em tecnologias de extração e em eficiência operacional.

Belo Sun

A Belo Sun é uma empresa de mineração com sede no Canadá, focada em gerar valor sustentável de longo prazo para seus acionistas, desenvolvendo o Projeto Volta Grande de Ouro. Extenso pacote de terra em um greenstone belt de 120 km no nordeste do Brasil.

A empresa planeja extrair 600 toneladas de ouro ao longo de 12 anos. A mina deve deixar montanhas de rejeito com aproximadamente duas vezes o volume do Pão de Açúcar. Uma comunidade de 300 famílias, que vive da terra nas localidades da Vila da Ressaca, Galo e Ouro Verde, terão que ser relocadas caso o projeto avance. A ONG Conectas, ligada à defesa de direitos humanos, denunciou à ONU (Organização das Nações Unidas) a ocorrência de agressões e ameaças cometidas contra dez integrantes de movimentos sociais que contestam a atuação de Belo Sun. “A empresa tem adquirido terras no local e estabeleceu restrições nas atividades que os moradores costumavam exercer, como a caça, a pesca e o garimpo. Além disso, há denúncias de ameaças de despejo forçado e de compra irregular de terrenos que estariam destinados a reforma agrária”, diz o documento enviado para as Nações Unidas.

Histórico do projeto

Muitas partes da propriedade de Volta Grande foram exploradas pelos Garimpeiros usando os métodos de mineração a céu aberto e subterrânea da década de 1960 até o final da década de 1990, onde é relatado que o teor médio de material extraído de numerosos depósitos de ouro de pequeno aluvião 3 oz / t Au (com base em relatos de garimpeiros locais). Amostras de 80 a 200 metros usadas pelos garimpeiros foram testadas em até 475 g / t Au. A mineralização generalizada de ouro foi identificada nos anos 90 pela TVX Gold (agora parte da Kinross) e pela Battle Mountain Exploration (agora parte da Newmont). Belo Sun assumiu o controle do Projeto Volta Grande em 2003.

Extração de outros minérios

South Star Mining

A South Star Mining (STS – TSX Venture Exchange) (OTCQB: STSBF) está focada na aquisição e desenvolvimento de projetos de produção de minas a curto prazo no Brasil para maximizar o valor para os acionistas. A empresa está atualmente desenvolvendo o Projeto Santa Cruz Graphite no Estado da Bahia, Brasil.

O Projeto Santa Cruz Grafite está localizado no segundo maior distrito produtor de grafite de floco do mundo e está localizado no Estado da Bahia. O projeto consiste em 13 licenças de exploração aprovadas, cobrindo aproximadamente 13.000 hectares. O projeto se beneficia da mineralização na superfície contendo flocos de grafite grandes e extragrandes. Um trabalho significativo foi concluído até agora, incluindo mais de 7.000m de perfuração e um teste de planta piloto em mais de 30 toneladas de material mineralizado, que foi finalizado no final de 2015 e produziu concentrados de alta qualidade.

O projeto Santa Cruz tem um Valor Presente Líquido de US $ 117 milhões, uma Taxa Interna de Retorno após impostos de 78% e um período de retorno de 2 anos conforme projetado no PEA. O planejamento de mina para o depósito de grafite existente esboça um recurso minerário de 12,0 milhões de toneladas com um teor diluído de 2,63% Cg fornecendo suporte para uma mina a céu aberto de 19 anos. A produção média anual do LOM de 15.800 toneladas em Santa Cruz deverá ter custos operacionais de US $ 413 por tonelada. O PEA atual estima um fluxo de caixa livre de US $ 15.800.000 por ano nos anos de um a cinco da futura produção potencial em Santa Cruz. Estima-se que o fluxo de caixa livre global estimado seja em média de US $ 10.400.000 por ano em relação a uma vida projetada de 19 anos. A South Star Mining Corp. tem uma extensa perfuração de exploração planejada que deve estender áreas conhecidas de mineração grafítica e aumentar significativamente os recursos de grafite em Santa Cruz.

Largo Resources

A Largo Resources é uma companhia mineral estratégica sediada em Toronto, focada na produção de flocos de vanádio, flocos de vanádio de alta pureza e pó de vanádio de alta pureza na Mina Menchen Maracás, localizada no Estado da Bahia, Brasil. A Largo Resources será responsável por 8% da produção global do metal – a exploração dos recursos brasileiros é um negócio com o menor custo do mundo, segundo a companhia. Resistente a choques e à corrosão, o vanádio é utilizado para dar mais força para ligas de aço. É usado, por exemplo, nas indústrias bélica, aeronáutica, aeroespacial, na construção civil, na produção de aço inoxidável para instrumentos cirúrgicos e ferramentas e em uma gama de produtos menores, como os isqueiros.

Um investimento US$ 275 milhões, sendo US$ 175 milhões do BNDES, tendo como garantidores os bancos Itaú, Bradesco e Votorantim. O valor inclui a compra do projeto, em 2007, da Odebrecht e da Vale, que até a ocasião haviam estimado as reservas de minerais em 10 milhões de toneladas. Em estudos posteriores, a Vanádio de Maracás identificou o volume de 23 milhões de toneladas, o que dará à mina uma vida útil de 29 anos de muito lucro para a empresa.

“Agora, não precisamos mais de recursos, só precisamos finalizar a construção,” disse o executivo ao Valor. Ele afirma que a unidade vai gerar receita anual de pelo menos US$ 120 milhões a partir do ano que vem. Neste ano, serão desembolsados US$ 35 milhões.

O alto teor de vanádio contido em Maracás – de 1,34%, contra 0,5% em algumas das principais minas do mundo – deve garantir altas margens à companhia, afirma Brennan. Segundo ele, o custo do quilo do vanádio do projeto foi estimado em US$ 12, enquanto o preço de mercado está em US$ 32. O pentóxido de vanádio, que será o primeiro produto produzido pela empresa e tem os mesmos usos das ligas ferro-vanádio, terá um custo de US$ 2,10 por libra-peso, enquanto o preço no mercado está em torno de US$ 7 por libra-peso. Com sua capacidade total das operações, de cerca de 9,6 mil toneladas por ano de pentóxido de vanádio (sendo cerca de 5,5 mil de vanádio contido) e empregando apenas 400 pessoas.

O destino da produção da Vanádio de Maracás esta nas mãos da Glencore, que comprará a totalidade do volume produzido pela empresa. Atualmente, o Brasil é importador líquido de Vanádio, tendo comprado do exterior 1.180 toneladas da liga ferro-vanádio em 2011, segundo os dados mais recentes do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e exportado 74 toneladas. Ou seja, a empresa se estabeleceu em território brasileiro com empréstimo do BNDES, sugou recursos que generam $120 milhoes US anuais para esta empresa e deixando o Brasil de refém para comprar o produto extraído. É um negócio bem avantajoso para companhia canadense.

O Canadá denunciado na comissão interamericana de direitos humanos

“Pelo menos 50 pessoas morreram e 300 ficaram feridas nos últimos anos durante os conflitos com empresas canadenses de mineração, sobre os quais houve pouca ou nenhuma prestação de contas”, destacou Shin Imai, um advogado da ONG canadense Projeto Justiça e Responsabilidade Corporativa. Entre as denúncias contra o setor minerador há mortes, lesões, violações e outros abusos atribuídos ao pessoal de segurança que trabalha para as empresas canadenses, bem como políticas empresariais que provocam dano ambiental no longo prazo, deslocamento ilegal de populações locais e subversão do processo democrático.

O governo do Canadá não investiga nem faz as poderosas empresas mineradoras do país responderem pelas violações dos direitos humanos que cometem na América Latina, denunciaram ativistas perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washington. Os ativistas também denunciaram junto a esse órgão que o governo canadense não coloca o sistema jurídico do país à disposição das vítimas desses abusos.

Debate

Pontos positivos e negativos da exploração dos recursos naturais brasileiros por empresas canadenses.

Referências